sábado, 9 de julho de 2011

Viajando nos livros

Falar sobre livros é algo muito agradável, mas lê-los é muito prazeroso. Talvez vocês estejam pensando: que bobagem, afinal de contas ninguém tem tempo para ficar lendo livros; é a escola, o trabalho, a internet, a TV, sair com os amigos...
 Mas, vamos pensar um pouquinho: na escola, mesmo tendo que estudar aquele amontoado de matérias (que são necessárias), talvez vocês pudessem lê Emília no país da gramática (Monteiro LobatoE no trabalho, indico Os doze trabalhos de Hercules (Dentre as várias adaptações encontramos a de Monteiro Lobato), lembrando que não se pode deixar de trabalhar para ir ler.

 E a internet?????? Nossa!!!!!, ai é o paraíso, nela podemos encontrar inúmeras obras literárias (uma dica é o site www.dominiopublico.gov.br, nele encontramos desde Iracema (Jose de Alencar) até  Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago). 

E a TV? Quantos filmes e novelas não são baseados em livros? Quem nunca riu com as maluquices de Catarina e Petruquio em O cravo e a Rosa? Pois é, podemos rever toda essa historia em A megera domada (William Shakespeare).
Por fim, quem vai deixar de sair para se divertir com os amigos para ficar em casa lendo, mas o que não falta são livros que falam sobre a amizade. Só para vocês terem uma idéia, abaixo segue um trecho adaptado do capítulo 21 do livro O PEQUENO PRINCIPE (Antonie de Saint-Exupéry), um dos maiores clássicos da literatura mundial que pode ser encontrado nas escolas e que narra a historia de um pequeno príncipe que nos mostra grandes ensinamentos ...
Portanto, leiam e se possível comentem o que acharam. Até Breve...

CAPITULO 21

E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia – disse a raposa.
- Bom dia – respondeu educadamente o pequeno príncipe.
- vem brincar comigo – propôs ele. – estou tão triste...
- eu não posso brincar contigo – disse a raposa. – não me cativaram ainda
- que quer dizer “cativar”?
- é algo quase sempre esquecido – disse a raposa – Significa “criar laços”...
- Criar laços?
- exatamente. Tu não és nada ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo ...
- por favor...cativa-me! – disse ela.
-eu ate gostaria – disse o principezinho – mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou – disse a raposa. – Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. SE TU QUERES UM AMIGO, CATIVA-ME!
- Que é preciso fazer? Perguntou o pequeno príncipe.
- É preciso ser paciente – respondeu a raposa. – Tú se sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas cada dia te sentarás um pouco mais perto...
No dia seguinte o príncipe  voltou.
- Teria sido melhor se voltasses à mesma hora – disse a raposa. – Se tu vens, por exemplo, as quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas, se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.
- Que é um “ritual”? – Perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também – disse a raposa.
- É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas.  




quinta-feira, 26 de maio de 2011

Navegando na aprendizagem

 Oi Pessoal!!!


 O objetivo da criação desse Blog é mostrar a importância da literatura no aprendizado de nossos alunos, pois através da leitura de textos literários estamos incentivando nossos alunos a adquirirem o gosto pela leitura. Por isso, inicio com a fala da grande escritora brasileira Lygia Fagundes Telles, retirada do site:http://ims.uol.com.br.
"a literatura pode melhorar as pessoas, sim. Pode desviar do vício, da loucura. Pode estancar a loucura por meio do sonho. Eu tenho um impulso, que talvez seja um impulso cristão,  pelo próximo. Eu tenho vontade de servir o próximo, verdadeiramente. E a literatura me proporciona isso. E o que eu faço, acredito, [...], acaba chegando, de algum modo,  ao outro." 
  Sabemos que hoje o ambiente virtual é uma importante ferramenta de aprendizagem para nossos alunos.
   Para começo de conversa exponho para vocês o texto "Navegação à deriva" de Marcus Vinicius Queiroga, onde mostra que aprendemos sempre com o que está ao nosso redor, e que nao precisa necessariamente aprendemos só o que planejamos aprender. Ou seja, o que quero dizer é que podemos muito bem aprender Português, Matemática, Historia, Arte, entre outros conteúdos, lendo um livro literário, um poema, uma crônica, um conto ...






Navegação à deriva

"Quem navega à deriva
sabe que há vida além dos mares nos mapas
além das bússolas, astrolábios, diários de bordo
além das lendas dos monstros marinhos, dos mitos

quem navega à deriva
acredita que há nos mares miragens, portos
inesperados, ilhas flutuantes, botes e salva-vidas
água potável, aves voando sobre terra, vertigem

quem navega à deriva
aprende que há mares dentro do mar à vista
profundidade secreta, origem do mundo, poesia
escrita cifrada à espera de quem lhe dê sentido

quem navega à deriva
se perde da costa, do farol na torre, dos olhares

atentos, dos radares, das cartas de navegação
imigra para mares de imprevista dicção."


Marcus Vinicius Queiroga






Continuando nossa Conversa exponho trechos do texto "Kd o prof? Tb foi Navegar." de Ribeiro (2007).




KD O PROF? TB FOI NAVEGAR
Ribeiro, A. E. Kd o prof? Tb foi navegar. In: ARAÚJO, J.C. (Org.). Internet & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007.

Considerações iniciais
Embora aquele ambiente seja chamado de virtual, as tarefas são reais, porque muitas pessoas podem ter acesso a elas. Do lado de lá não há uma maquina burra, mas pessoas que interagem, trocam idéias e cooperam. (pág. 222)

Textos, Leituras e Tecnologias.
Para desfazer a noção [...] de que os acontecimentos e as tecnologias se sucedem linear e seqüencialmente, é preciso considerar os estudos da história cultural. (pág. 223)

Leitura e Hipertexto
[...] quando lemos um texto que nos interessa tratamos logo de dar-lhe sentidos que nem sempre convergem, de manifestar críticas ou de relacionar o texto lido com outros [...]. É nesse aspecto que o hipertexto deixa de ser novidade da tecnologia e passa a ser encarado como uma operação com a qual temos muita intimidade. (pág. 226-227)

Caiu na rede, é internauta.
A interface gráfica da WWW é tão familiar às pessoas que mesmo as crianças conseguem operar por ela sem grandes traumas. Para os pais e professores a tarefa parece mais dolorida. Mas essa não é uma questão de incapacidade ou de memória, trata-se de uma questão de disposição para reconfigurar conhecimentos, ações e práticas. (Pág. 228)

Quem ti viu, quem te vê.
Há apenas dez anos, a Internet [...] funcionava como um grande arquivo de textos transpostos do impresso para o digital, às vezes digitalizados ou guardados em bancos de dados. [...] no entanto, as interfaces evoluíram e [...] os estudos centrados no usuário e na reação às demandas do leitor já modificaram muito os projetos de interfaces para leitura on-line. (Pág. 229)

Ambientes para escrever, ambientes para ler.
Sabe-se hoje [...] que as crianças que têm acesso aos programas da WWW aprendem maneiras de interagir que já não se pode dizer que sejam “novas” para elas. [...] Os adultos é que tiveram que passar por todos os momentos de transição na troca de máquinas de escrever por teclados novos, os correios pelos e-mails, os jornais de papel pelas versões eletrônicas dos mesmos veículos. (Pág. 232)

Escrever nos ambientes da rede
A sociedade reinventa a linguagem de acordo com suas necessidades mistura formas de dizer e de escrever e recria cada ambiente da maneira que a atenda melhor. O Chat, como uma nova tecnologia, trouxe para a conversa a dificuldade da escrita. Como conversar com alguém por escrito. [...] a resposta a isso foram os textos curtos, em blocos, com palavras abreviads e descontínuas. (Pág. 233)

Breve história de algumas tecnologias de escrever
O telegrama e os anúncios de jornais são gêneros textuais que “[...] têm como critérios de produção a concisão e as abreviaturas são criados a partir de demandas da sociedade [...] plasmadas por um meio de comunicação de massa [...].” (Pág. 236).

Novos gestos de ler e escrever. E kd o Prof?
O problema pode surgir quando o jovem domina apenas um modo de operar com textos, seja para ler ou para escrever. Um jovem que freqüenta salas de bate-papo provavelmente domina a escrita peculiar a esse ambiente. Se ele percebe o momento de alterar o modo de escrita quando se transfere para outro ambiente, ainda está tudo bem. (Pág. 238).

O que o Prof pd fz?
É o professor de língua materna quem tem a tarefa de desenvolver habilidades de uso da leitura e da escrita que ultrapassam as interações diárias e primárias que temos na vida. E se é ele quem atua nessa instancia, por que não ficar atento às novas e mais prazerosas maneiras de fazer isso? Por que ignorar que os jovens estejam diante de um novo modo de fazer textos e que talvez até encontrem menos obstáculos neste novo ambiente? (Pág. 238).

Considerações Finais
E escola precisa estar no mundo. Os muros que separam pátios, salas de ruas e lan houses não devem ter papel maior do que exteriorizar a idéia de fronteira, mas não de limite. (Pág. 241).

Resumo feito por Susicleide Sabino